Resumo do texto de Ricardo Jacinto

Resumo do Texto de Ricardo Jacinto

Sincronia e dualismo Com a seguinte frase: “uma voz soa no espaço que ela própria cria enquanto soa” de Greg Hilty remete-nos para uma série de possibilidades de considerações acerca do fenómeno sonoro, abrindo os horizontes para lugares onde diferentes elementos se cruzam e se complementam. O trabalho de Ricardo Jacinto passa muito por essa interdisciplinaridade, não só nos próprios meios, mas também no processo de trabalho, de pensamento e posição inerente a cada uma dessas áreas artísticas. As suas obras afastam qualquer tentativa de categorização mais tradicional das artes visuais e o autor tira partido do que lhe interessa de cada medium. A obra transporta-se para lugares utópicos que são mostrados e se constroem para o espectador através da voz. A colaboração de outros artistas das diversas áreas artísticas, entre músicos, arquitetos e performers, confere às obras de Ricardo Jacinto um ainda mais evidente distanciamento da possibilidade de categorização, em prol de um estudo da relação entre espaço e som, e da influência de cada um na nossa percepção relativamente ao outro. São exemplo desta problemática as suas seguintes obras: o projeto colectivo PARQUE (desde 2001), instalações sonoras como SOLO (2003), The Great Gig in the Sky (2004), Les Voisins #2 (2008), Eye Height (2009-2011) oi In Rear Room_Um tributo (2010). Ainda no contexto de exploração espacial, na exposição Chiado 8 o artista invade ainda a área da imagem em movimento, ao recorrer ao vídeo para proporcionar uma experiência interativa e sinestésica.

Aparato e sincronia

A nossa percepção de um filme está muito ligada à forma como nos situamos em relação ao mesmo e ao espaço que o envolver na sua exibição. Os artistas visuais têm vindo a questionar sobretudo três factores inerentes à elaboração e exibição de obras de arte neste suporte:
1. as suas capacidades representativas;
2. a abosorção do espectador pela instalação
3. os limites entre