Resumo Classico Anticl Ssico

3846 palavras 16 páginas
Resumo do capítulo “O Primeiro Renascimento”, do livro “Clássico Anticlássico”, de G. C. Argan.
Por Francesco Lemos.

O pior é julgar que a obra de arte é representação de algo (uma figura, um fato, uma ação), e que portanto basta interpretar a ação representada para penetrar o significado da obra. É preciso levar em conta apenas aquilo que vemos, e tudo aquilo que vemos. Os pormenores, portanto, mas também os modos da figuração; uma pincelada pode ser tão ou mais significativa do que a descrição de um objeto. É preciso abordar a obra de um ponto de vista rigorosamente fenomenológico. Num fenômeno, todos os fatos particulares que constituem possuem um significado; nenhum deles pode ser acrescentado ou esquecido. Outro preconceito grave, segundo alguns, a obra de arte é representação de algo, e portanto o critério crítico consistiria em compará-la com a coisa representada. Ao contrário, devemos considerar a obra de arte em sua integridade de objeto. Um ponto que parece óbvio, mas que costuma ser esquecido é que objeto-pintura possui dimensões que influem sobre sua feitura. É óbvio, por exemplo, que a escolha de cores de um afresco é diferente da escolha de cores de uma miniatura. Outro ponto importante é juntamente o da técnica. Mais um ponto salientado: a luz e sua sombra correspondente. Quando a luz entra no campo da realidade efetivamente objetiva que é a obra de arte, torna-se parte constitutiva da própria obra, tanto quanto o mármore contra qual a luz se escora, ou a superfície colorida sobre a qual o raio luminoso incide de uma determinada maneira.
Devemos analisar absolutamente tudo o que se vê numa obra. Estudando uma Crucificação (de Antoneilo da Messina ou de Mantegna, por exemplo). Aqueles seixos não são apenas um “capricho” do pintor: talvez descubramos que esse detalhe, aparentemente insignificante, possui um valor alusivo ou simbólico.
Mas então surge uma outra interrogação: a crítica iconológica (que representa um nítido progresso em

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