Resmudo De HCAFRO

Resumo
Greve Negra na Bahia em 1857: A luta pelo direito de trabalhar sem ser ainda mais explorado!
Na metade do século XIX a maior parte dos negros da cidade de Salvador na Bahia, eram escravos ainda cativos ou libertos, de origem africana ou crioulos e trabalhavam no serviço de ganho urbano da cidade. Eram eles que garantiam a locomoção de mercadorias de todos os portes por toda a cidade, especialmente da cidade baixa para a cidade alta. Porém no dia 1 de julho de 1857, uma segunda-feira, as ruas amanheceram paradas, nenhum negro saiu para transportar mercadoria, muito pelo contrario, eles decidiram cruzar os braços em repudio a uma nova lei criada pela câmara municipal que valia a partir daquela data.
A ideia central dessa lei criada em março de 1857 atingia principalmente os carregadores, fossem esses de gente ou de cargas, no entanto o edital era bem abrangente, segundo as suas clausulas estariam inclusos no decreto “os mais que fazem profissão habitual de ganhar”. A lei estabelecia que todos os ganhadores deveriam, a partir daquela data, adquirir uma licença concedida somente pela câmara municipal, concessão essa que custaria 2 mil réis, além de uma taxa adicional de 3mil réis por uma chapa de metal contendo o número de inscrição, este objeto seria de uso obrigatório sempre que o trabalho de ganho estivesse sendo exercido. A postura visava especialmente controlar mais eficientemente as atividades dos negros no espaço público da cidade, essa era uma preocupação das autoridades baianas especialmente pelo número de negros, já que era extrema maioria, cerca de 70% da população, 40% destes escravos, e mais especificamente pelo histórico de revoltas ocorridas na primeira metade do século XIX.
É bom lembrar que a atividade de ganhador além de ser exercida por escravos também era exercida por libertos, embora estes não a exercessem com orgulho, carregador era uma atividade realizada principalmente por cativos, e este sentimento de vergonha existia