Resenhas stuart hall

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade; trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro – 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1998 (Cap.I ).

O autor apresenta a questão da identidade a partir da perspectiva da teoria social. Este sinaliza o movimento pela mudança de paradigma, todavia sem substituição, apesar do surgimento de novas identidades as quais não tem cooperado para a unificação do ser humano que até então era assim compreendido, pode-se desta forma conceber a crise de identidade. Tal crise compõe o processo que tem recorrido das transformações sofridas nas estruturas e movimentos centrais das sociedades modernas impactando nas referências até então utilizadas pelos indivíduos e que garantiam uma estabilidade à sua interação com os elementos do “mundo” que passam a ser fragmentados. As identidades sofreram mudanças influenciadas do coletivo para individual, através da perda do centro por parte dos indivíduos em relação a percepção tanto do mundo social e cultural quanto de si mesmos. Segundo Mercer, a identidade só se consolida como uma questão através da crise, que se estabelece a partir do deslocamento de uma estrutura prévia e sólida por uma experiência que incite a dúvida. Há algumas concepções de identidade, as quais soam como contrapontos entre correntes epistemológicas, momentos históricos e, por conseguinte olhar sobre o ser no mundo. A primeira refere-se ao sujeito do Iluminismo com a concepção de pessoa humana, totalmente centrada, dotada de razão, de consciência e de ação, com o centro no interior e tais faculdades emergiam no sujeito no momento do seu nascimento. Isso lhe impunha um curso contínuo ao longo de sua existência. O centro do eu era a identidade de uma pessoa, portanto de cunho individualista e machista. Já a segunda concepção, influenciada pela sociologia, refletia à complexidade do mundo moderno. O centro interior do sujeito não era autônomo e auto-suficiente, mas possível unicamente através das relações