Resenha

SOUZA, Jaqueline Emerich. O interior da habitação popular: uma análise do arranjo do mobiliário pela ótica da Ergonomia. Cuiabá: Instituto de Pós-Graduação de Goiânia – IPOG, 2012.

O artigo publicado por Jaqueline Emerich Souza procura avaliar algumas unidades habitacionais de Embu das Artes/SP, estudando o mobiliário que as compõe seguindo os conceitos da ergonomia. “Percebido como elemento fundamental do cotidiano de qualquer família, o móvel tornou-se ferramenta indispensável no estudo da espacialidade e dimensionamento dos projetos para classe de baixa renda.” (SOUZA, 2012, p. 01) As habitações destinadas a essa população possuem uma área extremamente reduzida, o que torna difícil a disposição do mobiliário de forma a obter um ambiente que tenha o mínimo de conforto para a boa vivência da família. Segundo Souza (2012, p. 02) “... as unidades habitacionais avaliadas e seus correspondentes mobiliários não dão condições satisfatórias de uso para seus moradores no que diz respeito à ergonomia...”. Elas não atendem as necessidades de espaço e organização dos moradores, e os móveis disponíveis no mercado não correspondem à realidade dessas habitações.
As residências observadas possuem área útil de 40,72m², elas mostraram uma deficiência em relação à funcionalidade e ergonomia empregada, Souza (2012, p. 20) diz que “existe um certo distanciamento entre o projeto de arquitetura e a realidade das casas habitadas”. Isso ocorre, pois os móveis que esses moradores têm acesso estão cada vez maiores e mais sofisticados, como Souza (2012, p. 20) afirma, “o usuário da habitação social tem hoje condições de investir em móveis e eletrodomésticos que atendem suas reais necessidades e os projetos de arquitetura em geral não acompanham essa evolução”.
Foi observado também que as habitações provenientes do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida oferecem uma área útil muito menor, com 36m², trazendo nos layouts os móveis que a residência deve conter, móveis