Resenha sobre o documentário "Why We Fight"
"Meus companheiros cidadãos, os perigos sobre nosso país e o mundo serão superados. Nós transpassaremos esse momento de risco e continuaremos com o trabalho pela paz. Nós defenderemos nossa liberdade. Nós traremos liberdade para os outros. E nós venceremos". Com essas palavras, George W. Bush, ex-presidente americano, iniciou oficialmente a Guerra do Iraque. O embate, que deixou quase 60.000 mortos, foi o evento que motivou a criação do documentário "Why We Fight", do diretor e escritor Eugene Jarecki, que discorre sobre a ideologia e política externa estado-unidenses e suas incessantes guerras. A máquina de guerra norte-americana sempre foi um ponto vital para o país, mas desde o fim da II Guerra Mundial e início da Guerra Fria, o combate armado sofreu uma grande expansão. Logo no início do filme, vemos o Presidente Einsenhower afirmar em discurso que "fomos [os EUA] impelidos a construir uma indústria militar permanente de enormes proporções. [...] Essa conjunção de um imenso sistema militar e uma enorme indústria militar, é nova para os Estados Unidos. Reconhecemos a necessidade imperativa desse desenvolvimento". De fato, a Guerra Fria criou uma desculpa ideológica para o fomento da guerra e da indústria armamentista. O grande monstro vermelho do comunismo surge como uma ameaça terrível, um ser caricato capaz de angariar a união e a dedicação dos estado-unidenses na nobre missão de levar a liberdade e o "american dream" aos países oprimidos pelo socialismo. Apesar de uma nova roupagem, essa retórica já era velha no guarda-roupa ideológico americano: no século anterior, os EUA já haviam desbravado o oeste, criando estradas de ferro e exterminando nativos para levar o "american way" por todo o continente, inclusive entrando em guerra pelos territórios mexicanos.
Durante todo o século XX as ações democráticas americanas continuaram a atingir diversos países por todo o globo: ajudaram a derrubar