Resenha mercados ilegais
Já no início do texto, Misse enfatiza a necessidade de separar a criminalização conceitual da incriminação real, para poder diferenciar atividades institucionalmente delituosas/criminosas de mercados informais. Assim como diferenciar mercados informais considerados “legais” dos “ilegais”.
O autor foca o texto nas situações nas quais há incriminação dos mercados informais ilegais e na incriminação de seus agentes.
O próprio mercado informal é segmentado por alguns setores da sociedade na relação de troca ilegal tolerável e intolerável.
Os comerciantes de mercadorias informais são diferenciados pelo tipo de produto que vendem. Os que vendem produtos piratas e contrabandos, são chamados de camelôs; e os que vendem drogas são chamados de traficantes, a mesma terminologia que faz referência aos grandes manipuladores do tráfico internacional é usada para os vendedores de varejo.
O Crime Organizado
A noção de “Crime Organizado” acaba sendo um pouco genérica para se referir a cooptação de agentes do Estado ao crime, porém, ele considera difícil separar a cooptação do outro mercado ilegal, mercadorias políticas, que se constitui de relações de força, poder e privatização ou mercantilização da soberania do Estado.
A mesma banalização ocorre com o termo “Máfia”.
Para Misse, a diferença da economia formal da informal é a subordinação à regulamentação do Estado. Porém, essas duas formas econômicas nunca estão 100% separadas.
O jogo do Bicho
Misse contará que antes do tráfico de droga ser o principal mercado ilícito do Rio de Janeiro, o foco principal da segurança pública era voltado para o jogo do bicho.
Além de tradicional e poderoso, o bicho atraia força de trabalho do “submundo criminal”. Este mercado foi segmentado em territórios até o fim dos