Resenha - Marvin Harris

O autor de a “Mãe Vaca”, Marvin harris é um materialista cultural, tal vertente antropológica enfatiza os processos materiais, sob uma análise ética, vendo a cultura em três níveis: o de infraestrutura, o da estrutura e o da superestrutura. Tal texto se revela como uma crítica à maneira como muitas pessoas concebem os hindus e sua adoração a vacas, Marvin nos diz ao decorrer de sua construção de argumentos que o amor às vacas como dever sagrado é o que garante a sobrevivência em um ecossistema de baixa energia, sendo a economia e a atenção são essenciais, não havendo espaço para inconsequências em relação ao manejo e criação do animal, o amor á vaca como um costume estabelece o equilíbrio, preservando a vida do animal mesmo “inútil”, garantindo os meios de sobrevivência de sua população, nos planos econômicos, sociais, políticos e ambientais, apesar dos fatores de desperdício presentes nos sistemas interacionais da cultura. Assim, a religião constitui um elemento ativo nas dimensões culturais e materiais, em seu grau de complexidade, sendo intrínsecas entre si. Desta forma, a saída para a obtenção de melhorias e mudanças efetivas no atual sistema indiano não seria o abate de vacas, mas garantindo o acesso por parte da população à terras, água e a mais animais que se façam suficientes para que haja estabilidade e igualdade.

Os partidários do abate asseveram que a prática de deixar que as vacas procriem indiscriminadamente e então diminuir-lhes o número através do abandono e da fome é antieconômica e ineficiente. Não duvido de que estejam certos, mas apenas no sentido estreito e relativamente insignificante. A economia que um engenheiro agrônomo possa obter com a eliminação de um certo número de animais absolutamente inúteis devem se confrontar com as perdas catastróficas sofridas pelos agricultores marginais, principalmente durante secas e fomes, se o amor às vacas deixar de constituir um dever sagrado.Já que a mobilização efetiva de todo o esforço humano