Resenha; maquetes de papel

1146 palavras 5 páginas
Em um pequeno livro, com cuidadoso projeto gráfico de Flávia Castanheira, Paulo Mendes da Rocha nos apresenta seu entendimento sobre seu próprio processo de projeto. Por meio de suas “maquetes de papel” o arquiteto nos oferece uma perspectiva privilegiada sobre a consciência do arquiteto criador, em meio aos meandros e ambigüidades das idéias vigentes entre nós quanto à criação arquitetônica.

A aula de Paulo Mendes da Rocha começa, justamente, com uma reflexão sobre a concepção da arquitetura:

“A questão fundamental que navega entre nós arquitetos é imaginar as coisas que ainda não existem. Como esta casa, por exemplo, aqui em Curitiba, que antes saiu inteira na mente de um de nós, o arquiteto Vilanova Artigas”. (p. 19)

Haveria aqui apenas uma força de expressão ou uma afirmação conceitual? Será que o projeto de arquitetura chega a existir inteiro em nossa mente? E essa suposta existência precederia sua expressão material em desenhos e modelos? Ou não?

Mais à frente, Paulo sonda novamente esse terreno movediço referindo-se à modelagem:

“É a maquete como croquis... A maquete que você faz como um ensaio daquilo que está imaginando...Como o poeta quando rabisca, quando toma nota...A maquete aqui é um instrumento que faz parte do processo de trabalho; são pequenos modelos simples.” (p. 22)

Com essa afirmação, o arquiteto se alinha com a tradição de modelagem inaugurada por Brunelleschi, registrada por Alberti no seu De Re Aedificatoria (2), e revista no curso básico da Bauhaus.

Se a maquete é ensaio do que se está imaginando então, pode-se supor, que há um diálogo entre modelos e idéia que conduz – aproveitando a analogia com o poeta – ao poema completo, ou projeto acabado. Paulo deixa claro que está se referindo a um processo de trabalho, que avança gradativamente, valendo-se de representações materiais: os croquis e modelos do arquiteto, como as anotações do poeta.

“A graça disso...é que existe, nessa extensão do raciocínio,

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