Resenha – libras: que língua é essa? cap. 3

Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca
Resenha – Libras: Que Língua é Essa? Cap. 3

Existem duas formas de enxergar a surdez. Patologicamente, como uma deficiência do corpo que precisa ser curada para o sujeito ser normal. Visão essa compartilhada pela sociedade majoritariamente ouvinte, que na sua dificuldade em aceitar, entender e conviver com o diferente o exclui e oprime. Já culturalmente, a visão para com a surdez não passa do limite da diferença, enxerga-se a capacidade do sujeito em interagir e ser um membro ativo da sociedade, que, assim, como qualquer ouvinte tem capacidade de se tornar um cidadão apto e culturalmente ativo.
No campo médico, o qual obtém grande prestígio, a surdez é vista como fora do normal, anomalia que deve ser corrigida e posta dentro do parâmetro “normalístico”, porque o normal é ouvir e tudo que difere disso tem que passar por correção. Diante desse discurso, abre-se espaço para o pensamento do preconceito, onde o surdo é discriminado por ter essa incapacidade de ouvir e, logo, de se comunicar, pensamento esse erroneamente empregado. Quando se trata da surdez dessa forma, exclui-se a capacidade do portador de surdez de se comunicar através de sinais e de sua própria língua, a Libras.
No âmbito da surdez, tem-se conhecimento de aproximadamente 70 tipo de surdez que são classificadas em 3 tipos. “Condutiva, neurossensorial e mista. A condutiva ocorre por uma ‘alteração na orelha externa (meato acústico) e/ou média (membrana timpânica, cadeia ossicular, janelas oval e redonda e tuba auditiva)’. Já o tipo neurosensorial afeta a cóclea e/ou o nervo auditivo. As perdas auditivas mistas, por sua vez, englobam alterações condutivas e neurossensorial. O grau de surdez pode variar de leve a profundo. A surdez leve pode, entretanto, ir se agravando com o tempo e virar surdez profunda.” Pág. 72. Essa classificação pode, talvez até inconscientemente, nos levar a conclusões errôneas acerca da relação do surdo com a língua. Um