Resenha documentário Inside Job

RESENHA
Documentário: “Inside Job”

Produzido por Charles H. Ferguson, no ano de 2010, o documentário “Inside Job” relata a problemática da corrupção do governo estadunidense assim como de acadêmicos de renome em associação à empresários de serviços financeiros, durante pouco mais de duas décadas até que eclodisse a crise financeira de 2008 e 2009.
O ponto principal explorado pela crítica do filme diz respeito às políticas de desregulação do governo norte americano em prol de atividades de claro alto risco, promovidas irresponsavelmente pela indústria financeira e ratificadas por profissionais das mais importantes faculdades de Economia do país.
Lavagem de dinheiro e fraude são constantemente citados no documentário como atividades comuns praticadas por grandes bancos – desde Crédit Suisse lavando dinheiro da indústria armamentista iraniana e cobrindo sonegações de impostos, até Riggs Bank lavando dinheiro do governo do ditador chileno Pinochet.
No contexto que precedeu à crise, tais bancos vendiam títulos de mercado monetário e aconselhavam os depositantes a retirar o dinheiro e comprar títulos deste mercado, ao passo em que agências de rating e empresas de consultoria eram pagas para avaliar tais atividades como de risco algum. Na primeira parte do filme, “Como chegamos aqui”, é demonstrado como a atividade financeira norte americana explodiu nos anos 80. Foi justamente nesse período, na gestão de Ronald Reagan – em associação à economistas e lobistas financeiros – que a política de desregulação das economias das empresas financeiras foi instituída, permitindo que elas fizessem investimentos de alto risco com o dinheiro dos depositantes. Os governos de Clinton e Bush mantiveram a mesma política. Conforme supracitado, a desregulação da economia aconteceu em uma associação de bancos, profissionais da academia, consultores, empresários da indústria financeira de Wall Street e governantes (Estado).
Fusões levaram à criação de grandes conglomerados