Resenha do livro os moleques de bogotá

Ao dar início a leitura do livro “Os moleques de Bogotá”, o leitor deparar-se-á com a sensação de iniciar a leitura de um romance. Sensação essa inevitável pois é no maior estilo romancista que o autor inicia o 1° capítulo do livro “Bogotá é uma ilha” onde nos é apresentado o histórico da capital da Colômbia. Informações como; 270 quilômetros quadrados, 4.500.000 de habitantes e 2.600 metros de altitude são intercaladas com as impressões do autor, que não poupa críticas à cidade de Bogotá.

A fim de dar vida as más impressões sobre Bogotá, o autor personifica a cidade atribuindo a ela a capacidade de não se lembrar,cortar,erguer-se...É em meio a todas essas atribuições que autor nos deixa a par de como essa cidade foi nomeada,fundada e por fim abençoada e tudo começa com intuito de afirmar que Bogotá é uma ilha, no sentido mais amplo da frase pois afinal Bogotá está distante do mar.

Quanto aos bogotanos, é destinado a eles o papel de protestantes e indignados irônicos que veem na abstenção de seu direito ao voto a atitude mais política que lhes convém. É sob esse cenário que o autor nos insere no próximo capítulo; “Os Gaminos”, capítulo responsável por nos apresentar os sujeitos dessa obra. Os meninos das ruas de Bogotá, denominados Gaminos não são nunca sujeitos de alguma história em sua cidade,talvez até pelo contrário,pois o autor nos deixa claro tudo o que eles representam para os bogotanos; miséria para alguns e injustiça para outros todavia a grande parte simplesmente os ignora e ninguém vê a possibilidade de buscar e saber o ponto de vista dos Gaminos. É com uma mistura de desabafo, espanto e austeridade como resposta que o autor se depara ao entrevistar Carmem Ortega sobre os Gaminos. Entretanto, antes mesmo de repreendê-la por falas do tipo “nossa miséria municipal” (referindo-se aos Gaminos), ele consegue com que ela dê início a uma importante passagem que vêm a ser uma das partes mais fascinantes dessa obra; Um histórico e uma descrição