Resenha do filme Frida

Frida Kahlo: Dor, Nacionalismo, Amor e Força
No ano de 1910, a desigualdade social era enorme, deixando clara a discrepância entre os pouquíssimos proprietários de terras e os milhões de camponeses. Nesse cenário, estoura a primeira revolução social do período moderno, considerada a precursora da Revolução Russa. Liderada por Emiliano Zapata e Francisco Villa, a revolução do México foi sangrenta, mas permitiu, à longo prazo, o uso da arte como afirmação nacionalista mexicana. Nascida três anos antes, uma artista se identificou tanto com o movimento, que mentia seu ano de nascimento para mostrar que tanto ela quanto o “Novo México” haviam despertado para o mundo ao mesmo tempo, o que mostra seu olhar nacionalista.
Essa artista é a pintora mexicana Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, com tão forte personalidade e imponência quanto seu nome sugere. Frida Kahlo, por ser filha de um judeu húngaro e de uma mexicana, é dotada de uma mistura étnica ligada às raízes mexicanas, e engajou-se na luta contra a aculturação que partia dos países imperialistas. Nunca deixou de pintar sua terra natal; sofrendo influência dos lugares para onde viajara, pintou os quadros “Auto-Retrato na fronteira do México com os Estados Unidos” de 1932 e “O meu vestido está ali pendurado em Nova York” de 1933, em que mostra a confirmação da sua identidade nacionalista e critica, com a contraposição de culturas, os princípios industriais e imperialistas norteamericanos com base no desenvolvimento versus subdesenvolvimento. Sempre preocupada com problemas de cunho social, se envolvia com ações do partido comunista, do qual participava, tanto que chegou a se perguntar se sua pintura estava sendo útil para o partido, sendo que, até o momento, ela estava apenas retratando a si mesma. A entrada de vida para o partido se deu por influência de seu marido e também pintor Diego Rivera.
Esse relacionamento conturbado, mas que em muitos momentos foi o que fez com que a artista quisesse viver, foi o