Resenha crítica sobre o Filme “Sombras de Goya”, 1996, Madri
O filme “Sombras de Goya”, trata da grandiosidade das obras do pintor Francisco José de Goya y Lucientes, que em um período dominado pela Santa Inquisição, consegue através de sua obras denunciar a realidade da época. Para isso, cria quadros e gravuras que mostravam as práticas da igreja hoje consideradas inadmissíveis.
Podemos observar no filme muitas contradições, as quais fazem parte do próprio mundo em que vivemos, como por exemplo: pinturas grotescas contrastando com pinturas angelicais, representação tanto de mulheres consideradas damas da sociedade como de prostitutas, Críticas do pintor a soberba e ambição do clero, enquanto compartilhava as regalias da corte e a retratação de tragédias (morte de Lorenzo em praça pública) ao mesmo tempo em que a música de fundo era alegre, apesar de a letra ser trágica e irônica.
Notamos ainda outra contrariedade exposta no filme, à mulher é retratada como demoníaca, levando o homem a tentação, imagem essa repercutida pela igreja, que a via dessa forma. Em contraste podemos perceber no quadro de Inês que Goya quis retratar a mulher como símbolo de pureza e ingenuidade.
Outro aspecto interessante sobre o filme, são as questões políticas colocadas, além das guerras que tais questões promoveram, sabe-se que foi através dessas que Goya criou quadros incríveis, já que presenciou todas as tragédias de perto, apesar de infelizmente ou felizmente não poder ouvi-las, por causa de sua surdez.
Podemos constatar ainda que o exército francês quando chega a Madri, vem pregando o ideal “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. Após a colocação de tal argumento vemos sucessivamente a morte de homens e mulheres, assim como estupros, pensemos então, que ideal burguês é esse? Percebemos logo que há uma crítica muito forte no filme a um ideal que não condizia com a realidade.
Cientes de todos esses aspectos presentes no filme, notamos que não