Resenha crítica: estado, classe e movimento social

1. Crise na consciência de classe do trabalhador
- A substituição da classe pela “identidade” e da exploração pela “exclusão”

Os trabalhadores sofrem com os impactos objetivos da crise: desemprego, precarização do trabalho, dos salários e dos sistemas de proteção. Além disso, estão sofrendo também no plano ideológico: a veneração de um subjetivismo e um ideário fragmentador que faz apologia ao individualismo exacerbado contra as formas de solidariedade e atuação coletiva e social.
A fragmentação, ou seja, essa dissensão atua na prática organizativa das classes trabalhadoras e cria, especialmente, numa crise, institucionalização corporativa da organização e a exclusão de grande número de trabalhadores da representação sindical. Ainda assim, por outro lado, também pode ocorrer descrença nos macrorojetos, nas mudanças estruturais, oriundas do pensamento pós-moderno, o que provoca expansão dos movimentos culturalistas e policlassistas como ecológicos, gays, juvenis, comunitários que se organizam em torno das demandas e respostas legítimas e necessárias, porém geralmente pontuais e imediatas. Isso acaba despertando maior adesão, aceitação e visibilidade no contexto de descredibilidade dos macroprojetos e por isso, não conseguem articular e co-organizar as próprias ações.
Dessa forma, muitos autores, acreditam mais nas mudanças localizadas e do “mundo da vida” no “terceiro setor” do que nas grandes transformações das lutas de classes, com base nas relações econômicas.
Ainda assim, esses movimentos mantém sua importância de manter uma convivência tensa mas compatível entre eles e o sistema capitalista.

2. Pulverização e heterogeneização do trabalho: a substituição das lutas de classes pelas “ações sociais” e “parceria” e a perda do poder de barganha do trabalhador

As formas diferenciadas do uso da força de trabalho, além das dificuldades de desenvolver laços e consciência de classe vem expressado uma expulsão de trabalhadores das formas de