Resenha convite a filosofia

Em sua introdução na obra “convite à Filosofia”, a autora Marilena Chauí faz de cara uma pergunta: Para quê Filosofia? Ao desenvolver a resposta para essa indagação, traça um paralelo, isto é, faz uma comparação entre a personagem Neo, do filme Matrix (antes que se tornasse o primeiro de uma série), e Sócrates, conhecido como o pai da Filosofia. A comparação tem seu início em uma cena do filme, onde a personagem Neo é conduzida por Morfeu a uma casa para ouvir o “oráculo”- palavra que possui dois significados fundamentais, que são notados nas expressões “consultar um oráculo” (mensagem misteriosa enviada por um deus em resposta a uma pergunta feita por um humano, e que precisa ser decifrada e interpretada) e “receber um oráculo” (“uma pessoa especial”, que recebe a mensagem divina e a transmite ao indagador, deixando que este decifre e interprete a resposta recebida; essa pessoa especial geralmente era uma mulher, e os gregos antigos a chamavam de sibila). Ao entrar na casa aparece então a “sibila”, a mulher que recebeu uma mensagem (o oráculo) e que também era o oráculo (transmissora dessa mensagem), e lê para Neo uma expressão que está na porta de entrada da casa, escrita em latim, que dizia: “Nosce te ipsum”, que significa “Conheça-te a ti mesmo”. O oráculo diz a Neo que somente ele poderá saber se é ou não aquele que livrará o mundo do poder da Matrix, ou seja, somente conhecendo a si mesmo ele terá a resposta. Chauí explica que essa cena é uma representação futurística de um acontecimento do passado, ocorrido há 23 séculos, na Grécia, em que um ateniense chamado Sócrates, foi consultar o oráculo, no santuário dedicado ao deus Apolo (o patrono da sabedoria). Por muitos lhe dizerem que era um sábio, desejava saber “o que significava ser um sábio” e “se ele poderia ser chamado de sábio”. Ao ser perguntado: “O que você sabe?”, ele respondeu: “Só sei que nada sei”. Então o oráculo (que era uma mulher) disse: “Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o