Religião de Voltaire

562 palavras 3 páginas
O filósofo e escritor François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, não era ateu, mas deísta. Estudou no Collège Louis-le-Grand, dirigido por jesuítas, e, mesmo sendo muito crítico em relação a eles, teria por toda vida uma grande admiração por seus professores e pelas grandes obras missionárias da Companhia de Jesus. Logo abandonou o espírito religioso, mas recusou o ateísmo. Estes versos resumem seu pensamento: “O mundo me intriga, e não posso imaginar / Que este relógio exista e não haja relojoeiro”.

Reconhecia um Deus na origem da criação do mundo que tinha influência no seu funcionamento, porém rejeitava qualquer intermediário entre Ele e os homens, como as religiões e suas tradições. Sua obra está repleta de referências ao “eterno geômetra”, ao “arquiteto” e ao “pragmático”. O combate de Voltaire não era uma luta contra Deus, mas contra o fanatismo religioso e a intolerância. “Deus não deve sofrer as consequências das besteiras do padre”, escreveu em uma de suas cartas. Sua ironia e sua capacidade de expressão estavam a serviço dessa causa. “Entende-se hoje por fanatismo uma loucura religiosa, obscura e cruel. É uma doença que se pega como a varíola”, escreveu no Dictionnaire philosophique, no verbete “Fanatismo”. Caracterizou esse último como um termo infame, e a partir de 1759, começou a assinar suas cartas como Ecr. L’inf., que significava “Écrasons l’infâme” (“Esmaguemos a infâmia”), seu lema abreviado.

Essas convicções inscrevem-se no humanismo do século XVIII, do qual Voltaire foi um dos maiores representantes. Ele pôs seu nome a serviço das vítimas da intolerância ou da arbitrariedade religiosa, tais como Sirven e o cavaleiro de la Barre (François-Jean Lefebvre, executado em 1766 sob acusação de profanar uma estátua de Cristo na cidade de Abeville, norte da França), e se envolvia ativamente, como no caso Jean Calas, um protestante injustamente acusado de matar o fi lho – que queria se converter ao catolicismo – e morreu torturado em 1762. O

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