Relatório de impactos da pesca no brasil

relatório socioambiental setorial

A CADEIA PRODUTIVA DO PESCADO NO BRASIL

1. PESCA, UMA ATIVIDADE PRIMITIVA

A pesca é praticada pelo homem desde a antiguidade. Trata-se de uma atividade econômica de bases muito simples, tanto no que se refere aos seus métodos e processos quanto aos recursos exigidos. Em sua origem, a pesca se deu pela captura direta ou através de lanças, flechas, peneiras, redes, anzóis, linhas, evoluindo através dos tempos para ferramentas e processos mais sofisticados, com o objetivo de aumentar a escala de produção.

Atualmente, as tecnologias de cultivo começam a ser difundidas e aplicadas em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. No entanto, a base da atividade pesqueira continua extrativista. A maior parte de todo volume de peixe consumido no mundo vem do estoque de recurso natural renovável, isto é, depende de todo um ecossistema em equilíbrio para se reproduzir de forma saudável. Utilizar o peixe como alimento em grande escala pode ser comparado a explorar economicamente a caça de animais silvestres e à extração de produtos florestais com base unicamente no que a natureza produz.

Os peixes, moluscos, crustáceos e outras espécies, alvos da atividade pesqueira, formam, juntamente com a água e demais organismos hidróbios, biomas estabilizados há milhares de anos. Alimentam-se do plancton ou de outros organismos aquáticos ou terrestres, ocorrentes nas águas ou de materiais orgânicos drenados através dos cursos dos rios e em locais criadores, como os mangues e regiões estuarinas-lagunares.

Em suas condições mais primitivas, a pesca representa um impacto ambiental de baixa intensidade, no entanto, torna-se mais impactante à medida que aumenta a necessidade de produção em larga escala, já que isso exige técnicas e processos mais agressivos, que vão desde as chamadas artes de arrasto, que atingem os biomas de forma indiscriminada, provocando redução de biodiversidade, até os sistemas