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Uma manifestação muito além dos vinte centavos

No mês de junho, as ruas do Brasil foram palco de inúmeras manifestações populares. O aumento em vinte centavos da tarifa do transporte coletivo da cidade de São Paulo foi o estopim de uma série de protestos que levou milhares de pessoas às ruas, não só na capital paulista, mas também em todo o país. Graças à internet, o movimento se espalhou e as causas reivindicadas extrapolaram a questão do transporte urbano.

A internet contribuiu para que o número de pessoas na rua aumentasse. Nas redes sociais e blogs, encontravam-se informações que eram omitidas pela mídia tradicional, com explicações sobre o movimento Passe Livre e sua luta pela redução da tarifa. No entanto, as manifestações começaram a ganhar maior adesão popular quando algo muito significativo aconteceu: o violento tratamento da polícia para com os manifestantes. As imagens de agressão circularam agilmente na rede, o que causou a indignação da população e fez com que a onda de protestos aumentasse. As manifestações reuniram integrantes de diferentes movimentos sociais, partidos políticos e, ainda, uma grande massa que se dizia apartidária. De uma manifestação contra o aumento da passagem, o movimento cresceu e as causas reivindicadas também.

Por conta disso, muitos tumultos foram se formando. Primeiro porque as causas se misturaram: havia quem lutasse contra a corrupção, outros contra a homofobia, ainda outros que pediam por um estado sem a interferência da religião. O movimento perdeu o seu foco e isso se deve, principalmente, pelo fato de muitas das pessoas que estavam nas ruas nunca haviam participado de manifestações, e tinham pouco conhecimento histórico e político. Além disso, muitos atos de vandalismo começaram a acontecer em grandes cidades. Esses atos, mesmo que legítimos, fizeram a população desconfiar do movimento, identificando-o com a baderna.

Contudo, o resultado das manifestações foi positivo. Houve prefeituras que cancelaram o