ray_trab

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O capital da notícia

“O leitor torna-se um objeto do mercado que até mesmo pelo papel no qual ele é embrulhado”

JORNALISMO E LITERATURA

Marx questiona se as grandes lendas épicas não desapareceriam necessariamente com as novas tecnologias de produção jornalística, ele aponta que o aparecimento da grande imprensa destruiria as condições materiais de produção dessas obras literárias. Não somente pelas técnicas, mas a sua forma de apropriação do trabalho e da criação humana.
O jornalismo é essencialmente mundano.
Para se afirmar como produção independente a literatura buscou formas de fuga à padronização da linguagem imposta pelo jornalismo, o que lhe garantiu a sobrevivência. Não se publicam poemas em jornais, mas não porque poemas não sejam informações. Essa rejeição não se dá por motivos estilísticos, mas por motivos ideológicos.
O fato de alguns jornais na atualidade permitirem a liberdade de alguns jornalistas serem subjetivos, de usarem um estilo solto e pessoal, de romperem o clichê linguístico, não muda em nada o caráter da imprensa.
Peter Kammerer faz uma curiosa analogia nesse sentido, entre o Partido Comunista Italiano e os intelectuais. Para ele, particularmente no período de crise de identidade política em 1968, o partido obtinha dois tipos de oportunismo: o dele mesmo como instituição (tentando organizar um novo público “os intelectuais” como única força de ligação entre sindicatos e organizações de massa) e os intelectuais que garantiam a imagem.
Os chamados jornalistas personalizados funcionam como as estrelas no jornal, melhoram sua imagem, pois quebram a linha do padrão estilístico, mas ao mesmo tempo iludem quanto a espontaneidade e a criatividade, por não estarem a disposição de todos os jornalistas mas somente da elite intelectual do veículo.
Da mesma forma enganosa existe em instituições como a universidade, o Estado, a justiça os teóricos críticos que agem de forma inibidora e repressiva, que encobrem a natureza real das

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