Racismo cordial

A pesquisa “Racismo Cordial” de 1995, a qual esta resenha será baseada, foi escrita por Fernando Rodrigues de 32 anos, repórter oficial Datafolha e realizada em um período de mais de seis meses, sendo analisada por mais de 700 pessoas, dentre as quais, renomados sociólogos. Foi um trabalho científico que tinha a finalidade de responder a grande indagação “O Brasil é ou não é um país racista?” Não apenas procurou responder se o brasileiro é racista, mas saiu em campo para discutir o assunto a partir da pesquisa.
O preconceito é um assunto muito discutido nos dias atuais. A maior e mais ampla investigação científico-jornalística sobre preconceito no Brasil procurou descobrir o tamanho do racismo em nosso país. Foram feitas 12 perguntas a fim de compreender as atitudes do povo brasileiro mediante ao racismo. 89% dos entrevistados dizem haver racismo no Brasil, porém, apenas 10% assumem possuir tal racismo, este fato nos leva a tese do denominado “Racismo Cordial”: o individuo oculta o racismo que possui, pois sabe que não é certo ou em outros casos, não sabe que é racista. Segundo a pesquisa referida, 4% dos brasileiros pesquisados enquadram-se na categoria “fortemente preconceituosa”. Apenas 13% conseguiram sair imunes do teste e os outros 83% se encaixam entre os que demonstram “um pouco” ou “mediamente” preconceito contra negros. Ao todo, 87% dos brasileiros que não são negros, manifestam preconceito contra negros em algum momento, mesmo que seja indiretamente. Segundo a pesquisa, é evidente que a escolaridade influencia no grau de preconceito, apesar de que muitos indivíduos pensem ao contrário, pessoas que possuem um melhor estudo tendem a ser menos racistas. As leis que são feitas para punir quem exerce preconceito contra outras etnias não são muito rigorosas e variam de 1 a 5 anos de prisão.
Esta obra científica é claramente uma constatação do racismo velado que os brasileiros carregam em sua bagagem histórico-cultural. O racismo vem sido exercido há