Questionário sobre o Ensino Superior
Na idade média a força da Igreja perante a sociedade era muito evidente. O ensino era eminentemente de cunho religioso, abordando disciplinas como o latim, os ensinamentos religiosos propriamente ditos e as táticas de guerras. As escolas eram ocupadas pelos filhos de nobres, sendo que a grande maioria da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros, o que de certa forma ajudava a garantir a perpetuação da Igreja no poder.
É interessante fazer um paralelo entre o pensamento religioso e o natural (científico), vejamos o que Rodrigues nos apresenta sobre isso:
Rodrigues (1994) faz um paralelo entre o pensamento natural e o religioso, mostrando que eles têm em comum o fato de considerarem que a interpretação está fora da constituição do sentido. No primeiro, os sentidos são dados por Deus, através da revelação, a sujeitos autorizados (Papa, clero, etc) que devem representar fielmente a palavra divina. A igreja administra os sentidos e estabelece os dogmas aos quais os sujeitos devem se assujeitar. A interpretação – dar sentido outro – é heresia.
No pensamento natural, os sentidos são dados pela natureza, através da experimentação, a sujeitos autorizados (os cientistas). Estes devem ser objetivos, traduzir objetivamente esses dados naturais. A ciência formaliza esses dados e estabelece leis às quais os sujeitos devem se sujeitar.
E quando essas leis passam a representar a verdade a submissão a Deus dá lugar a uma crença menos visível, a crença nas cifras, na precisão (in: ORLANDI, Eni P.. 1997. Leitura e Discurso Científico. Cadernos Cedes. Campinas, ano XVII, nº 41, pp.27).
Sobre o mesmo tema escreve o teatrólogo George Bernard Shaw dizendo que as pessoas de hoje são tão crédulas quanto na Idade Média. Na Idade Média elas acreditavam na religião, não importava qual. Hoje em dia, acreditamos na autoridade de nossa ciência, não