Questão social e criminalização da pobreza
Questão social na atualidade e o processo de criminalização da pobreza
Vivemos em um momento atual da história em que há uma imensa concentração de riqueza nas mãos de uma minoria produzida às custas da pobreza e da miséria que assolam milhões de pessoas pelo mundo. Neste, o nível de violência na sociedade expressa um momento de barbárie, barbárie imposta pela burguesia que para continuar auferindo lucros e manter-se no poder condena milhões de pessoas ao trabalho incessante e à condições precárias de vida.
As classes dominantes tentam incansavelmente identificar o culpado de tanta violência e direcionam suas suspeitas às camadas mais vulneráveis da sociedade; em sua maioria, estas pessoas são jovens, negros e pobres. O Estado cumpre o papel de tentar eliminar esta “camada perigosa” e assim promover a paz. Mas, todo esse caos tem apenas um culpado: o próprio sistema capitalista.
Este capítulo tem por objetivo discorrer a respeito das transformações ocorridas no processo de acumulação de capital a partir da década de 1970, evidenciando como este processo vem aumentando as desigualdades sociais no mundo, e particularmente, em países periféricos como o Brasil. Em seguida trataremos da forma como o Estado tem enfrentado às tensões sociais decorrentes do agravamento da questão social. 1.1 A agudização da questão social na atualidade
Os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial foram marcados por um alto crescimento econômico possibilitado por um longo período de estímulos produtivos com os esforços voltados para reconstrução dos países derrotados na guerra e com a forte produção no setor bélico num contexto de Guerra Fria. Junta-se a este período de prosperidade econômica um alargamento de políticas sociais implementadas pelo Estado para conter os efeitos da crise deixada pela Segunda Guerra que combina o padrão produção em massa/consumo em massa; um dos componentes do fordismo na época. O Estado passa neste período a além de garantir o