QQuer coisa

referir aos assentamentos de reforma agrária, ainda na década de 90 do século passado, Furtado e Furtado (1998, p. 56) assim conceitua os assentamentos, citando Jara:
"[...] o ‘assentamento é uma complexidade, uma especificidade de integração social, uma forma multiforme que incorpora, na mesma figura social, uma conquista coletiva, um pequeno patrimônio produtivo diferenciado e, também, uma instituição tutelada e burocratizada que, como muita freqüência resiste à emancipação’. São comunidades de agricultores construídas nos processos de luta pela terra e também de organizações formais, associações ou cooperativas, seus instrumentos de negociação com o poder."

Antecede à implantação dos assentamentos a organização política dos interessados que identificam a área a ser disputada "seguida pela busca no interior do Estado das melhores alternativas para a satisfação de suas demandas" (Bergamasco, 1999). Posteriormente, procede-se à ocupação da área com a organização do assentamento e a luta pela posse da terra e regularização fundiária, rica de experiências e aprendizagens. O assentamento de reforma agrária como acentua Ferreira et al: "é um processo em curso repleto de fatores positivos e limitações que coloca, no plano social, político, econômico e ambiental, possibilidades de êxito da produção familiar no campo". (1999).
A luta pela consolidação da conquista da terra implica em construção de alianças políticas que perpassam o poder local atingindo as demais esferas, qualificando o assentado, por intermédio de suas lideranças, em um legítimo ator político. O sindicato, por via de regra, como ressalta Lopes (1999) "[...] assume num primeiro momento a liderança do processo de mobilização e organização dos trabalhadores rurais na luta pela terra, envolvendo-se diretamente nas ocupações de terra e atuando como principal mediador entre os sem terras e o governo".
As mobilizações sociais pela conquista da terra ocorrem, segundo Neves (1997, p. 392), dentro de um