Psicanálise e a arte

1. APRESENTAÇÃO

Esse trabalho constitui em apresentar arte e psicanálise. Apesar da arte revelar a vida psíquica do artista, nosso objetivo aqui é semelhante ao de Freud em 1914, mais interessado em sua reação diante a obra de “O Moisés de Michelangelo”, disse Freud:

“Não sou um conhecedor de arte, mas simplesmente um leigo (…). Sou incapaz de apreciar corretamente muitos dos métodos utilizados e dos efeitos obtidos em arte (…). Não obstante, as obras de arte exercem sobre mim um poderoso efeito, especialmente a literatura e a escultura e, com menos frequência, a pintura. Isto já me levou a passar longo tempo contemplando-as, tentando apreendê-las à minha maneira, isto é, explicar a mim mesmo a que se deve seu efeito. Onde não consigo fazer isso, como, por exemplo, com a música, sou quase incapaz de obter qualquer prazer.” (FREUD, S. O Moisés de Michelangelo (1914). op.cit., vol. XIII).

Freud se apoia então na arte para chegar à psicanálise, diz que todo esforço que o psicanalista faz para entender a psicanálise, o artista faz na arte.
Sendo assim, apresentaremos a obra GAMBIOLOGIA (Painel Interativo Gambiológico), montada por Fred Paulino, Lucas Mafra, Paulo Henrique Ganso Pessoa, obra inspirada na Rube Goldberg Machine, expressão que homenageia o cartunista americano Rude Goldberg, famoso por suas ilustrações de máquinas fictícias antifuncionais, que tem como característica realizar tarefas muito simples de forma complicada e confusa. (MARIEL 2012)
A obra será de início apresentada intencionalmente fragmentada e depois inteira, pois ao nos depararmos com ela, a vimos por partes como Freud descreve o corpo do bebê nos primeiros meses de vida na teoria do desenvolvimento, já que articularemos tudo o que nos suscitou com a teoria da psicanalítica.

2. DESENVOLVIMENTO

A obra escolhida rica em detalhes tanto amistosos com hostis nos permite traçar um possível paralelo com o bebê que ao nascer já traz consigo um ego relacionado a processos mais