projeto de intervenção

A identidade é algo fundamental para a estruturação do sujeito. É o conjunto de características próprias que norteiam as ações e os valores de cada ser. Contudo, na contemporaneidade, tem-se deparado com fronteiras borradas entre diferentes culturas. Essa desapropriação de limites culturais afetou a identidade individual dos sujeitos, que buscam acompanhar a fluidez contemporânea e acabam por adaptar a sua identidade de acordo com o contexto em que se encontram.

Em um contexto regional, que prima pelos costumes e pelas tradições, além de valores positivos que enaltecem a simplicidade e a honestidade, questiona-se: como se encontra esse ambiente do interior e a identidade do sujeito interiorano na contemporaneidade? Uma vez que a literatura tem caráter reflexivo em relação à sociedade da época que representa, é por meio dos textos ficcionais que é possível localizar a cultura rural em meio ao fluxo contínuo da “modernidade líquida” (BAUMAN, 2001).

Neste trabalho, recorte concluinte do Projeto de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC), financiado pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), denominado “Regionalismo Brasileiro: atualidade e renovação”, tem-se por finalidade apresentar o regionalismo literário na contemporaneidade, investigando traços regionalistas em algumas narrativas da atualidade. Para tanto, selecionou-se como corpus a escrita de autores dos estados: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo, em virtude de serem esses estados polos culturais do Brasil.

Primeiramente, abordamos o referencial teórico que circunda a identidade regional e, posteriormente, discutimos esse referencial nas narrativas: O centauro no jardim (1983), de Moacyr Scliar, Entre o céu e o fundo do mar (1999), de Fernando Bonassi, e O livro das impossibilidades (2008), Luiz Rufatto.

A literatura regional está vocacionada para representar o interior e os seus habitantes. Homens simples que cultivam a terra e criavam os animais. Moradores de estâncias,