Preconceito linguístico

Gabriela Azevedo de Farias, 27/08/14
Faculdade de Comunicação Social – Famecos
Português Aplicado à Comunicação Professor: Cláudio Delanoy

Preconceito Social ou Preconceito Linguístico?

Há tempos venho presenciando cenas constrangedoras nos transportes públicos de Porto Alegre. Não é de hoje que testemunho jovens e adolescentes mexendo em seus celulares, tablets, mini notebooks ou qualquer outra nova invenção tecnológica, imersos em seus whatsapps, instagrams, etc., sentados em “cadeiras amarelas”, aquelas cujo deveriam estar no uso de especialmente idosos, grávidas, portadores de deficiência, gestantes e pessoas com criança de colo. E não é pouca gente que comete essa grosseria. Esses dias deparei-me com a cena mais triste que já vi: Ônibus cheio. Uma moça de aproximadamente 20 anos sentada na cadeira especial para idosos, para não passar o sufoco que estava ficar no ônibus com toda aquela gente de pé, com seus fones de ouvido conversando com uma amiga do lado, e, ao seu lado, de pé, um senhor de meia-idade, que mal conseguia segurar sua maleta sem ser atropelado por fulanos cheios de pressa querendo passar na roleta. Idosos seguidamente são ignorados pela população, enquanto existem grupos sociais que ganham até uma atenção excessiva da sociedade gerando, às vezes, preconceito. Acontece com frequência a seguinte situação: Estou no ônibus e entra algum grupo social diferente, como por exemplo, adolescentes mais “descuidados” e cheios de gírias. Observo a reação das pessoas sentadas ao meu redor a se depararem com o grupo, que muitas vezes noto ser mais urbano, com gírias juvenis. Começam a dizer expressões como “minha coroa nem sabe que tô matando meu trampo” e “de boa meu, a minha também não se liga”, e ao mesmo tempo em que eles passam pelo corredor, já vejo mulheres escondendo sua bolsa e rapazes encarando com um olhar de intolerância. O preconceito linguístico não está sozinho, ele mostra a face de um preconceito social