Política

As atividades políticas e as campanhas eleitorais têm como referência os gastos, um orçamento e a extrema necessidade de arrecadar fundos. Nesse sentido, Rial (2005, pag. 95) ressalta que “com o domínio quase exclusivo do capitalismo como forma de organização econômica no mundo, a relação entre dinheiro e política foi, é e continuará sendo mundo relevante para a estabilidade dos regimes políticos”. O termo financiamento político, nas palavras de Bourdoukan (2009, pag. 28), se refere “tanto ao financiamento de partidos políticos e candidatos durante o período eleitoral como ao financiamento de partidos entre eleições”. A utilização do mesmo termo para se referir ao financiamento de partidos e das campanhas eleitorais é útil e necessária, pois em muitos casos a circulação de recursos entre os partidos e as campanhas é tênue ou inexistente. Segundo esse mesmo autor, nem todos os países regulamentam o financiamento político, dos

111 países classificados como democráticos, 64% (71 países) das democracias estudadas contam com um sistema de regulamentação do financiamento de partidos políticos. Outros 11 países (9,91%) regulamentam as contas de candidatos, mas não as de partidos políticos. Dessa forma, 73,91% dos países estudados regulamentam o financiamento político.

Não obstante isso, certo é que, no Brasil, os recentes acontecimentos políticos mostram grandes escândalos, casos envolvendo a Administração Pública, alguns partidos e os empresariados. Speck (2005, pag. 123) cita como exemplo,

o caso de suborno envolvendo várias instituições da administração pública federal, as práticas financeiras do Partido de Trabalhadores e as suas relações com outros partidos da base aliada, bem como o papel do publicitário Marcos Valério na intermediação de empréstimos do partido com bancos e de contratos milionários deste publicitário com várias instituições públicas, revelaram uma complexa rede de relações promíscuas entre o poder público, setores do empresariado e