Política na internet
Alvaro Lins
Nov. 2012
As eleições municipais passadas frustraram novamente todos aqueles que acreditavam na superação do triste aviltamento do papel da Internet na política brasileira que ocorreu na campanha presidencial de 2010.
Naquele ano, ao invés de propostas, participação e debate, assistimos as pobres polêmicas sobre o aborto, “casamento gay”, blogs subsidiados para a calúnia e a intriga, perfis e dossiês falsos, spam e tudo mais do que não constrói, não mobiliza e não motiva a participação.
Este ano não foi diferente. Talvez até pior. Escudados pelas facilidades de criação de perfis, blogs e sites, candidatos e campanhas priorizaram a baixaria em detrimento da divulgação de propostas, do estímulo ao debate e à participação.
Os repetitivos sites dos candidatos, prefeitos e vereadores, mantinham a mesmice estética e estrutural do trinômio: biografia, propostas (vagas e superficiais) e agenda de campanha com fotos e vídeos de eventos. Alguns sites de campanha sequer listavam os endereços dos comitês. Pouquíssimos colocavam como prioridade o que deveria ser o mais importante: o centro de atividades. A orientação de como participar, como divulgar, como contribuir na campanha e, o principal, como relacionar a sua atuação diária nas redes sociais com a campanha do seu candidato.
Contrariedade com as campanhas.
Além disso, a impertinência, o uso de listas de e-mails e até a divulgação em massa de mensagens (spam) foram amplamente utilizados gerando um sentimento de repulsa e servindo para ampliar o distanciamento dos jovens da política e da participação. Confundir a Internet com a rua, panfletagem com spam, ser invasivo, atuar pensando em volume, sem planejamento e sem profissionalismo é vulgarizar um canal que tem um imenso potencial de mobilização, de interatividade e de convencimento.
As últimas campanhas presidenciais americanas mostraram isso. O exemplo americano criou muitas expectativas e