POLIS

POLIS

Entre os séculos VII e VII, uma nova era social começa no cotidiano dos gregos. Nasce então, a Polis.
Sua base é a palavra, essa que com o uso da escrita se tornará instrumento essencial de poder, chave de toda a autoridade no Estado. Sua divindade: Peithó, a força da persuasão.
A palavra então deixa de ser o termo ritual e se torna a discussão, argumentação.
Agora será a arte oratória, a conclusão de um debate, que trabalharão questões de interesses do Soberano.
E assim se vê a relação entre a política e o logos (em grego λόγος, palavra escrita ou falada—o Verbo).
Técnica da persuasão e regras para a expressão, agora sistematizam os debates e discussões, afinal, o que seria a política se não exercício da linguagem.
Outra característica da polis é o aumento da transparência na vida social assim que se distinguiu um domínio público. Era então exigida essa publicidade para que condutas e normas que antes eram exclusivos de basileus (Reis) e genes (um tipo de organização social, durante o período homérico) detentores da arché (ἀρχή, um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas) ficassem sob o olhar de todos. Assim, temos consequências decisivas no plano intelectual, agora a cultura grega possui mais acesso ao mundo espiritual, o que antes era reservado para guerreiros e sacerdotes aristocráticos.
Os conhecimentos, os valores, as técnicas mentais são levadas à praça, sujeitos à crítica/controvérsia e por ser algo “de todos”, deixam de ser garantia de poder, únicos de tradições familiares. O que dá espaço para outras interpretações, oposições, filosofia.
A lei da polis, por oposição à monarquia exige que as regras o jogo intelectual/político passassem por uma “prestação de contas”. O puro prestígio pessoal ou religioso não seria o bastante para justificação, essa só seria se por meio da dialética.
Desde o século VIII, a escrita se mostra não mais um saber especializado, reservado a escribas, mas