Poesias XXX

253 palavras 2 páginas
XXXXX

Para aqueles que não pensam
Não refletem sobre a vida
A estes só resta viver
Como uma flor despercebida

É bonito, ninguém nega
Mas para um vegetal
É viver, é ter vida
Mas não a plenitude total

Será possível, meu Deus
Ser tão cego, não ver
Que a vida é mais que viver
É algo que transcende até
A dormir, respirar, comer?

Carlos Rio, 05 MAR. 83

XXX

Arames farpados me amarram
E rasgam a carne em chagas
Me apertam, não me deixam mover
Impedem lutar por você

Cacos de vidro ao chão
E pregos, e farpas, pedras
Cortam e furam os pés
Não deixam que eu chegue a você

Facas de fio, agudas lâminas
Dilaceram meu corpo a esmo
Desfiguram para que eu não possa
Ver em mim eu mesmo

Mas não existe nada no mundo
Que seja capaz de impedir
A admiração e o amor por você
Que nunca deixarei de sentir

Carlos Rio, 82

XXXX

Fala, Poeta!
Solta as amarras atadas a ti
Diz nos teus versos, a muito guardados
O sangue que corre, Quasar, arterial

Fala, Poeta!
Mostra nas letras o que sentes aqui
Nesta cachola de velhos guardados
Taquicardia arrítmica banal

Fala
Fala com nexo
Sentimento complexo
Abre a chaga

Fala
Direto do plexo
Fala do sexo
E, à alma, afaga

Fala, Poeta!
Da solidão, da distância, daqui
E da certeza que, em outros arados
A mulher te espera. É o principal.

Carlos Rio, 22 SET. 83

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