Poemas do Século 19
O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era o rompimento com o tradicionalismo (parnasianismo, simbolismo e a arte acadêmica), a libertação estética, a experimentação constante e, principalmente, a independência cultural do país. Apesar da força do movimento literário modernista a base deste movimento se encontra nas artes plásticas, com destaque para a pintura.
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
O som funéreo dos sagrados bronzes
Ainda vem magoar os meus ouvidos,
E n'alma despertar-me
Tristíssimas, cruéis reminiscências.
Eis ali a montanha
Cujos pés beija o mar que em flor se esbarra.
Quantas vezes ali triste, sentado,
Minha alma no infinito se espraiava,
Os olhos vagueando
Sobre este mar, que deve hoje levar-me!
Sim, eu te deixo, oh Pátria;
E deixo-te lutando co'as procelas,
Que no teu horizonte se abalroam.
Ah! quanta dor o coração me punge,
Por ver alguns teus filhos,
Baldos de pundonor, como te olvidam.
Teus filhos... Ah! cubramos,
Se algum há, com desprezo o seu opróbrio.
Feras serpentes qu'entre mansas aves
Se aqueceram nos ovos, e mal nascem
Dilaceram os filhos,
E as próprias aves que lhes deram vida.
Malévolos sicários,
Raça espúria, sem Pátria, ermos de brio,
Já traidores alfanges afiando,
O ensejo só aguardam favorável
.
De ensopá-los no sangue
Daqueles a quem bens, e honra devem.
Não é pavor, nem susto
De aos pés calcado ser de intrusos Neros,
Nem de rojo levado ao cadafalso,
Que hoje arrancar-me de teu grêmio pode;
Nem a ambição me acena
Qu'eu vá