Poema Semelhança com os deuses

470 palavras 2 páginas
Da Nossa
Semelhança
com os Deuses
RICARDO REIS

Da nossa semelhança com os deuses
Por nosso bem tiremos
Julgarmo-nos deidades exiladas
E possuindo a Vida
Por uma autoridade primitiva
E coeva de Jove.
Altivamente donos de nós-mesmos,
Usemos a existência
Como a vila que os deuses nos concedem
Para, esquecer o estio.
Não de outra forma mais apoquentada
Nos vale o esforço usarmos
A existência indecisa e afluente
Fatal do rio escuro.
Como acima dos deuses o Destino
É calmo e inexorável,
Acima de nós-mesmos construamos
Um fado voluntário
Que quando nos oprima nós sejamos
Esse que nos oprime,
E quando entremos pela noite dentro
Por nosso pé entremos.



Da nossa semelhança com os deuses
Por nosso bem tiremos
Julgarmo-nos deidades* exiladas
E possuindo a Vida
Por uma autoridade primitiva
E coeva* de Jove*.



Segundo o sujeito poético devemos achar-nos divindades, seres superiores que vivem porque Júpiter assim o deseja, sendo esta uma autoridade que existe desde os primórdios e é eterna.



Deidade - Ser divino.



Coevo – Contemporâneo.



Jove – Deusa Júpiter.

Altivamente* donos de nós-mesmos,
Usemos a existência
Como a vila que os deuses nos concedem
Para, esquecer o estio*.




Se queremos ser donos de nós mesmos devemos usar a nossa existência para esquecer a brevidade da vida e a fatalidade da morte, porque os deuses nos permitiram isso (estoicismo).



Levar uma vida pacifica, serena, tranquila, sem sobressaltos (v9 e 10)



Altivamente – de forma superior e soberba.



Estio – Verão.



Não de outra forma mais apoquentada*
Nos vale o esforço usarmos
A existência indecisa e afluente*
Fatal do rio escuro.



Esta parte reforça a ideia do epicurismo e estoicismo, passando a ideia de que não vale a pena lutar contra a inevitabilidade da morte.



Apoquentada - preocupada, incomodada.



Afluente – que flui.



Como acima dos deuses o Destino
É

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