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46 • 7 Outubro 2007 • Pública

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José Rodrigues dos Santos

A administração da RTP “passa recados” do poder político
É o pivô há mais tempo no ar em horário nobre (16 anos) e, segundo um estudo do Observatório da Comunicação, o mais apreciado da informação televisiva. E denuncia: a administração interfere nas decisões editoriais da informação na RTP. E “passa recados” do poder político. Numa entrevista respondida por correio electrónico, revela que não interfere no alinhamento do
Telejornal e que hoje não recusaria os convites que lhe foram feitos por outras estações, em Portugal e no estrangeiro. Mas diz que, neste momento, não quer sair da RTP. Texto de Ana
Machado Fotografia de Enric Vives-Rubio

Pública • 7 Outubro 2007 • 47

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osé Rodrigues dos Santos diz que foi por decisão sua que, em 2004, depois de se ter demitido do cargo de director de informação da RTP, deixou de ter qualquer decisão sobre o alinhamento das notícias que leva aos portugueses no horário nobre da televisão pública. O episódio da saída de Rodrigues dos
Santos da direcção de informação, em Novembro de 2004, foi sobejamente falado
— insurgiu-se contra o facto da administração do canal público ter decidido seleccionar como correspondente em Madrid a quarta classificada de um concurso para o cargo.
Segundo Rodrigues dos Santos a escolha do repórter é da direcção editorial: “Quem escolhe o repórter para fazer uma reportagem na
Assembleia da República, na Avenida dos Aliados ou em Las Ramblas não é a administração, é o director”.
O órgão regulador de então, a Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), na altura, também assim entendeu: “Na RTP, a administração administra, gere, as direcções de informação e de programação formatam, dirigem e executam a disponibilização de conteúdos.
Manter essa fundamental separação de responsabilidades resulta ser um factor decisivo e indeclinável da saúde — e dir-se-á até da existência — do próprio

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