Peça, Descobrimento do Brasil

Primeiro ato
O rei D. Emanuel, a rainha D. Maria de Aragão e a princesa D. Izabel de Portugal, estarão sentados em seus tronos.
Rainha D. Maria de Aragão: Soldado Pedro Álvares Cabral, o rei o chama...
(entra Pedro, e faz uma longa reverência)
Pedro: Pois não, Vossas Majestades. O que o meu excelentíssimo rei quer de mim?
Rei D. Emanuel: Caro Cabral. Você se mostrou um soldado fiel e prudente, por isso quero lhe dar uma tarefa. Quero que guie a esquadra com destino às Índias.
Rainha D. Maria de Aragão: - Mas meu rei, o que Cabral buscará nestas “Índias”?
Princesa D. Izabel de Portugal: - Meu pai, eu quero que Cabral me traga muitas joias e tecidos de lá. Serei a mais bela de todo o reino.
Rei D. Emanuel: - Você irá às Índias em busca de especiarias para enriquecer nosso reino com o comércio marítimo.
Pedro Álvares Cabral: - Vossa Majestade, então convocarei meus melhores comandantes marítimos para me acompanhar.
Rei D. Emanuel: Ótimo. Agora quero que convoque o escrivão Pero Vaz de Caminha.
(entra Pero)
Caminha: Sim, meu rei? O que queres de mim.
Rei D. Emanuel: Seu talento, Caminha. Você irá na esquadra para as índias e me enviará cartas frequentes contando-me tudo o que ocorre.
Caminha: Como quiser, meu rei.
Rei D. Emanuel: Embarquem o quanto antes!
(ambos saem de cena)

Segundo ato
Pedro Álvares Cabral, portugueses e Caminha dentro do barco
Caminha:
Caro Rei,
A partida de Belém, como Vossa Majestade sabe, foi segunda-feira, 9 de março. Sábado, 14 do dito mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grã-Canária, e ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau. Assim seguimos nosso caminho, por esse mar. E quarta-feira seguinte, pela manhã, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e