pespectiva

1329 palavras 6 páginas
Amartya Sen descreve o desenvolvimento como "um processo de expansão das liberdades reais". A relação é mais complexa do que parece à primeira vista. Dois papéis são atribuídos às liberdades nesse raciocínio: são o fim primordial do desenvolvimento, mas são também seu meio principal.
No primeiro, não é preciso justificar a importância atribuída às liberdades. São desejáveis como valores independentes de qualquer outra consideração. Todo o esforço de transformação econômica só tem sentido, para a maioria das pessoas, pelo que acrescenta à vida de cada indivíduo e de cada família. No segundo, instrumental, a tese requer uma argumentação técnica. Parte dessa argumentação é familiar a quem conhece a noção de capital humano, mas a idéia geral é mais ampla e mais complicada.
Uma advertência pode valer a pena, desde já. Para alguns leitores, Amartya Sen, ganhador do Nobel de Economia de 1998, poderá surgir como um autor preocupado com o lado "não econômico" do desenvolvimento, um economista disposto a defender a democracia, os "gastos sociais", a igualdade entre homens e mulheres, a preservação do ambiente e as várias formas de liberdade. Alguns poderão classificá-lo como um "humanista", em contraste com os economistas concentrados em temas como tecnologia, acumulação de capital, fluxos financeiros, ganhos de produtividade, aumento do PIB e equilíbrio das contas externas.
Se essa descrição fosse verdadeira, provavelmente não valeria a pena gastar tempo com as quase 400 páginas de texto e notas de "Desenvolvimento como Liberdade", lançado em inglês no ano passado e neste ano em edição brasileira. Este livro não é uma exibição de bons sentimentos nem uma sucessão de comentários politicamente corretos e piedosos. É uma respeitável exposição de teoria, apresentada em linguagem não técnica, mas nem por isso a discussão passa longe de territórios escabrosos, como a teoria das escolhas coletivas ou os problemas de comparação e agregação de preferências individuais.

A noção

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