Pena

971 palavras 4 páginas
As mudanças feitas pelo sistema capitalista, que introduziram uma diacronicidade crescente entre produção e consumo, e uma preponderância dos valores de troca sobre os valores de uso, alavanca-se a dimensão do consumo nas sociedades capitalistas modernas, e com isso, o papel do consumidor. A infância passa, então, a se situar numa nova efetividade social, enquanto consumidor. A lógica do consumo traz visibilidade para a infância, na dinâmica social, como um parceiro ativo, não somente no tocante ao direcionamento do que se produz, como também no reordenamento de questões sobre a infância. Como exemplo, colocaria que é justamente no âmbito das transformações da cultura de consumo que se articulam as indagações sobre a morte da infância, já que num processo aparentemente “adultizado” as crianças (não todas, mas certamente aquelas bem nascidas) competem com os adultos na reivindicação do lazer, do consumo de bens simbólicos e materiais. As crianças hoje enredam-se também no processo de ocupar e conquistar a cidade onde moram, o que explicita sua aparição no cenário social não apenas como consumidora, ou potencial trabalhador, mas como a que também exercita sua aparência e sua presença no tecido social.

Existe um processo latente de adultização, como forma de socialização de crianças para o mercado de consumo (SILVEIRA NETTO et al 2010). Um exemplo recente dá conta da criação de um sutiã com enchimento dirigido para meninas de seis anos de idade, vendido em uma grande loja de departamentos (FOLHA DE SÃO PAULO, 2011), o que evidencia que o fenômeno de adultização é crescente e carece de atenção especial.

Tal problema parece ser minimizado por alguns fornecedores de produtos infantis por meio de um processo de adultização, que atribui às crianças características de independência, capacidade de discernimento própria de adultos e aspectos de erotização e/ou sexualização. Trabalhos anteriores indicam que existe um processo de adultização, como forma de socialização

Relacionados

  • As Penas
    2160 palavras | 9 páginas
  • Das penas
    2977 palavras | 12 páginas
  • Pena
    3334 palavras | 14 páginas
  • pena
    370 palavras | 2 páginas
  • pena
    705 palavras | 3 páginas
  • Pena
    2241 palavras | 9 páginas
  • As penas
    523 palavras | 3 páginas
  • Das Penas
    1444 palavras | 6 páginas
  • Penas
    456 palavras | 2 páginas
  • Pena
    776 palavras | 4 páginas