paralisia cerebral desenvolvimento motor

A impossibilidade da ação corporal provocada pela ocorrência de uma lesão cerebral interfere negativamente no desenvolvimento e no crescimento infantil. O desenvolvimento é o processo através do qual se constrói ativamente as características, por força de disposições interiores e pela influência de fatores ambientais (hereditariedade e meio). Por isso, considera-se que a carência de estimulação provoca uma diminuição no ritmo do desenvolvimento psicomotor.

Em crianças com necessidades especiais, com déficit motor, como a paralisia cerebral (PC), é possível perceber atrasos motores devido a oportunidades de movimentação reduzidas. Crianças com PC apresentam menor capacidade de movimento com claras dificuldades no seu controle motor (ROSA et al, 2008).

A criança que apresenta deficiências em relação ao desenvolvimento psicomotor movimenta-se da única maneira que lhe é possível (LORENZINI, 2002). Uma lesão das vias sensoriais ou desenvolvimento defeituoso das funções intelectivas, afetivas, táteis, auditivas ou visuais influirá sobre o desenvolvimento futuro da criança (BRANDÃO, 1992).

O desenvolvimento motor da criança com PC se restringe à experimentação de padrões normais de movimentos funcionais que são essenciais para o desenvolvimento motor normal. Consequentemente, há diminuição na coordenação e no controle dos movimentos voluntários e na postura, ocasionando alterações no desenvolvimento motor (PIRPIRIS, 2004; WINNICK, 2004), que se refletem, muitas vezes, no aparecimento tardio ou, até mesmo, no não aparecimento de alguns padrões motores maduros (ROSA et al, 2008).

O trabalho de Freire e Goulardins (2007) delineou o perfil psicomotor de crianças com PC e mostrou que as crianças participantes apresentaram atraso no desenvolvimento, especialmente os tetraparéticos, o que era um resultado esperado. Afinal, a lesão cerebral limita as atividades ligadas ao movimento funcional, pois impede a adaptação postural e assim, as mudanças de posição