Paradoxos cultulais

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Paradoxos culturais

Pressionadas pela necessidade de se tornarem competitivas, as empresas brasileiras passaram a importar modelos e metodologias de gestão de países com bases culturais muito distintas das nossas. O resultado tem sido decepcionante, pois a cultura brasileira apresenta particularidades que influenciam a forma como os modelos de gestão são aqui desenvolvidos e implementados. Este artigo mostra os pilares fundamentais de nossa cultura e explica como eles criam paradoxos. Para os executivos, é imprescindível entende-los e tratá-los. O sucesso de nossas empresas depende, em grande medida, desse processo.

Por Betânia Tanure Fundação Dom Cabral

A partir de 1990, com o processo de abertura econômica, as corporações brasileiras passaram a se deparar com a exigência de desenvolver padrões internacionais de competitividade. Essa exigência, por sua vez, levou as empresas a buscarem a formulação e implementação de novos modelos de gestão.

No entanto, no lugar de desenvolverem seus próprios modelos de gestão, as empresas e gestores brasileiros passaram a importá-los dos países desenvolvidos, em especial dos Estados Unidos, ou mesmo do Japão em determinado momento. O que ocorreu foi que, diante das particularidades de nosso ambiente de negócios, esses modelos não geraram os resultados desejados e terminaram sendo apenas parcialmente aproveitados.

Neste texto, argumentamos que nossas particularidades culturais influenciam no desenvolvimento dos modelos de gestão de nossas empresas. A adequação e a eficácia de um modelo de gestão dependem de sua coerência em relação aos valores culturais da sociedade ao qual está sendo aplicado. Este texto irá apresentar, primeiramente, os três pilares essenciais de nossa cultura. Em seguida, mostrará que cada um desses pilares pode, ao mesmo tempo, servir de apoio ou agir como obstáculo ao desenvolvimento de um estilo brasileiro de administrar. Finalmente, apontará os paradoxos gerados por esses pilares

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