Palladio

Influência de Palladio na obra de Inigo Jones

O projecto de Covent Garden, Londres (1631) teve como autor o arquitecto Inigo Jones (1573-1652), considerado o principal introdutor na Inglaterra dos novos preceitos da arquitectura do Renascimento e, deste modo, um dos percursores do classicismo inglês.
Jones obteve parte da sua formação através das viagens que realizou a Itália, a primeira entre 1597-1603 e a segunda entre 1613-1614, onde estudou as obras dos arquitectos modernos, os Tratados de Arquitectura¹ e as ruínas da Antiguidade clássica. De facto, foi nestas viagens que Inigo Joens adquiriu uma cópia do Tratado de Arquitectura de Palladio (1508-1580), I Quattro Libri dell'Architettura, datado de 1570, percebendo de imediato a importância dos seus desenhos. Estes desenhos eram relativos a villas, palácios e igrejas, assim como a estudos de ordens, medidas e proporções, possibilitando a Jones um conhecimento aprofundado da arquitectura Palladiana através da observação e cópia dos desenhos2.
Figura representante do humanismo italiano, Palladio constituiu uma decisiva influencia na tradição tratadística sobre a edificação inspirada na cultura clássica. Na idealização da sua arquitectura, Palladio recorreu à noção de beleza ideal baseada em leis matemáticas, à simetria e à proporcionalidade, procurando dar forma a essa noção de beleza e utilizar essas premissas na concepção dos espaços.
O conceito que une arquitectura e cidade em Covent Garden advém da morfologia arquitectónica de Palladio como elemento determinante do espaço urbano. O projecto de Covent Garden revela uma forte mudança cultural associada a valores estéticos e formais por Inigo Jones, expondo claramente os conceitos artísticos adquiridos em Itália, em especial das obras de Andrea Palladio, a sua principal referência. Deste modo, Jones afasta-se da arquitectura tradicional inglesa, abrindo caminho a uma nova linguagem arquitectónica onde o rigor formal está intimamente relacionado com o uso