Pai contra mãe outra versão para o final
Ao deixar o seu bebê com o Farmacêutico, Cândido Neves partiu em busca da escrava que havia fugido de seu senhor, pois quem sabe com a captura dela pudesse criar seu filho e não mais o deixar na Roda que estava localizada na Rua dos Barbonos. Afinal, lá só ficavam filhos de pais que não tinham de onde tirar o sustento dos rebentos e Candinho daria um jeito de alimentar e educar seu filho.
Quando encontrou a negra fujona, Candinho seguiu silenciosamente atrás dela suplicando para que ela não fugisse outra vez. Ao alcança-la, gritou ferozmente o nome dela – Arminda – e laçou a mulata como quem laça um boi que foge do pasto e então ela gritou como um pássaro negro agourento humilhando-se e pedindo para que o homem não a devolvesse ao seu senhor.
Arminda gritava aos quatro ventos que estava grávida pensando que o Caçador de Escravos libertaria ela para que conseguisse seguir sua vida e criar seu filho longe das maldades do seu senhor, um velho que cometia as mais diversas atrocidades com seus escravos e havia engravidado a moça negra de cabelos encaracolados. Ela sabia que se voltasse para a casa do patrão haveria de apanhar e ficar no tronco e seu o coração de mãe não enganava, se seu filho vingasse ele sofreria diversas maldades.
Candinho estava decidido, não amoleceria o coração com tamanha dor da negra, implorando pela sua vida e por aquela que estava em seu ventre. Ele foi descendo a ladeira com a negra amarrada e todos os que escutavam os gritos paravam e aquietavam-se sabendo que nada seria possível fazer. As janelas das casas viravam olhos curiosos e as ruas bocas silenciadas pelo sofrimento alheio.
Quando estava se aproximando da casa onde morava o dono de Arminda, Candinho teve um lampejo e viu os pequenos olhos de seu filho brilhando, como se implorasse pela liberdade da escrava. Pensou o que aconteceria se tivessem feito a mesma coisa que ele fazia com a mãe de seu filho e a criança não tivesse oportunidade