Os grandes interesses na legalização da maconha

Os grandes interesses na legalização da maconha

Ruy Palhano
Neuropsiquiatra

Quando o Uruguai anunciou a legalização ampla e irrestrita de maconha, o mundo virou sua atenção para duas situações. Primeiro, a ousadia do parlamento uruguaio por ter tomado uma decisão nunca antes tomada por qualquer país (toda cadeia de atividades econômica e empresarial, relacionadas à maconha, está legalmente garantida). Segundo, a perplexidade internacional, por ser algo novo e não ter sido baseado em qualquer evidência que viesse garantir o que poderia acontecer com o país. O próprio presidente, José Mujica, em suas declarações, afirmava que o assunto era complexo e que a inciativa poderia ser considerada como uma “experiência” de seu país, no sentido de enfrentar sobretudo o narcotráfico que representa um grave problema nacional.
A partir de então, reascendem-se no mundo velhos debates sobre a legalização da maconha e de outras drogas, especialmente entre nós, considerando que a fronteira Brasil-Uruguai é uma via importante na atividade do tráfico de drogas, entre ambos os países, pois grande parte da maconha consumida no Brasil procede daquele país.
Um fato importante é que a sanção da Lei que legalizou a maconha, pelo presidente uruguaio, foi contrária à preferência de 65% da população de seu país, algo muito parecido com o nosso, pois já dispomos de pesquisas mostrando que 74% da população brasileira é contrária a qualquer iniciativa de legalização dessa droga.
Com a legalização da maconha, o Uruguai desconsiderou, entre outras coisas, algumas evidências: primeiro, todas as experiências internacionais ocorridas até agora fracassaram em seus objetivos ao legalizarem essa droga, pois ao invés de diminuir ou controlar, o tráfico piorou e o consumo aumentou. A exemplo de Portugal, Reino Unido, Austrália, Holanda e nos Estados Unidos, por adotarem posturas liberalizadoras, conforme a ABEAD.
Segundo, a grande questão não está tão somente, na luta de alguns, entre os