orlan - bodyart

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“O que vale é o império do escândalo, o festival de experimentos malucos. A performer francesa Orlan é um exemplo. Há anos ela tem se dedicado à chamada body art e vem “esculpindo" a própria face através de periódicas cirurgias plásticas gravadas em vídeo e exibidas para mórbidos voyeurs em galerias”1

Orlan, performer francesa que trabalha com a estetização do corpo feminino, transgrediu tão violenta e radicalmente a tirania das normas de beleza feminina. Não há diferença entre arte e vida no trabalho da performer, suas performances e intervenções em si mesma perduram como marca de suas ações.

“Se nos é permitido acreditar que a única coisa original que ainda possuímos somos nós e nossos corpos - cirurgicamente modificados ou não - isso talvez explique pesquisas poéticas de cunho altamente narcisista e fetichista (mas ainda assim políticas) como as de Orlan”2

Parte da pesquisa da artista está diretamente ligada ao fetiche, narcisismo, mas transgride essa barreira chegando ao grotesco, ainda que sejam originais e pitorescas as ações da artista. Outros pontos importantes dentro do trabalho dela são a retorno à história da arte, a espetacularização do artista, ou mesmo espetacularização do ridículo pela midiatização do objeto de arte ou do trabalho de arte usando clichês da cultura de massa, o hibridismo da artista, ora padecendo mulher bonita, ora totalmente travestida de drag queen, ora uma cena da pintura com aspectos mitológicos, radicalização da arte e a interdisciplinaridade do trabalho, característica da contemporaneidade, Orlan trabalha com escultura, fotografia, vídeo, instalação e performance, além disso tem uma equipe com arquiteto, cenógrafo, estilista, músicos, fotógrafos, um diretor cinematográfico e até mesmo uma equipe médica.

O bizarro de Orlan está intimamente ligado ao que tem de original a sua obra, a artista se insere em momentos desde da história da arte (por exemplo quando se traveste de Amazona e posa na mesma posição dos

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