Origem das torcidas organizada
Prof. Ms. Fabio Aires da Cunha
O hooliganismo na Inglaterra não é novo, em 1880 já se observava alguns casos de violência ocasionados por multidões em jogos de futebol (PEARTOR, 1986).
Essa afirmativa é comprovada por BUFORD (1992, p. 20), num trecho do The Times do dia 30 de outubro de 1890:
O que temos a ver com o hooligan? Quem ou o que é responsável por seu crescimento? Toda semana, algum incidente deixa claro que determinadas zonas de Londres são mais perigosas para o transeunte pacífico do que as recônditas regiões da Calábria, Sicília ou Grécia, outrora clássicos refúgios de bandoleiros. Todo dia, em algum tribunal, são narrados detalhes de atos de brutalidade, cujas vítimas são homens e mulheres inocentes. Enquanto o hooligan maltratava unicamente o hooligan - enquanto ouvíamos falar principalmente dos ataques e contra-ataques de bandos, ainda que por vezes munidos de armas mortais -, a questão era bem menos premente do que se tornou agora... Não há como olhar sem inquietação, contudo, para a insistente recorrência de explosões de violência por parte de marginais, o sistemático desrespeito à lei por parte dos grupos de garotos e rapazes que representam o terror da vizinhança em que habitam.
Nossos hooligans vão de mal a pior. Eles são uma degeneração no organismo político, sendo a pior circunstância o fato de estarem se multiplicando e que as juntas educacionais e prisões, os magistrados da polícia e os ilantropos não parecem contribuir para regenerá-los. Outras grandes cidades podem se livrar de elementos mais perniciosos ao Estado. Não obstante, o hooligan constitui uma odiosa excrescência de nossa civilização.
Segundo MARIVOET (1992a) antes da II Guerra Mundial, os jovens iam tradicionalmente acompanhados aos jogos pelos pais, tios ou irmãos mais velhos, ou por vários grupos etários de sua vizinhança e assim o seu comportamento estaria sujeito a um controle, enquanto depois de 1960 os jovens começaram a