Novelas de cavalaria

8512 palavras 35 páginas
O amor como recusa do dom no trovadorismo e no barroco*

Nadiá Paulo Ferreira**

O amor cortês nasceu de uma inspiração ordenada por um conjunto de re¬gras, que consti-tuíram as formas fixas de uma poesia associada à música e ao canto e, tam¬bém, às Leys d' Amor. Quem não conseguiu apreender esse fenômeno, considerou-o expressão de um fingimento ou de uma impostura. Independente do jul¬gamento estético, não há dúvida de que o amor cortês se originou de uma construção, contendo tudo o que de artifício é necessário para a invenção de um objeto. E quem melhor do que o próprio poeta para entender os artifícios da criação? Fernando Pessoa, quando escreve o poema “Isto”, demonstra, tal qual o trovador, que também não participa da crença ro-mântica de que a poesia é a expressão verdadeira da alma humana mas sim um exercício em que a prática da letra se faz escrita.

“Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê” .

Os historiadores não chegaram a um acordo quanto às origens de uma poesia em língua d'oc, que elegeu o amor como tema, durante o século XII, no sul da França. No século XIII, em Portugal e na Galícia, surge, também, um lirismo em língua galego-portuguesa, que tinha como tema o amor profano, e se dividia em dois gêneros: as cantigas de Amor e as de Amigo. Esses gêneros, regidos por re¬gras bastante rígidas, apresentam duas modalida¬des diferentes do amor. Nas cantigas de amor, o sujeito do discurso é um homem que, por amar segundo as re¬gras corteses, exalta a Dama e sofre pela não correspondência do seu amor. Em galego-portu¬guês, esse sofrimento é expresso pelo significante coita e a Dama é no¬meada pela palavra Senhor. Não há discordância

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