Nietzsche

Nietzsche

Por ter um pensamento filosófico muito pessoal, à margem do seu tempo, e por ser bastante original e radical em suas colocações acerca da religiosidade, Nietzsche ocupa um lugar de destaque na história da filosofia, principalmente por querer desconstruir a ideia de Deus e questionar a nossa consciência religiosa-cristã. Ao criticar a religião de forma rebelde e muito contestadora, Nietzsche nega a existência de Deus e da religião. Para ele, Deus não existe, e não há necessidade de se provar sua inexistência, já que, para ele, o conceito de Deus foi inventado, é um mero produto de mentiras e calúnias. O seu pensamento se centra na autonomia do homem e liberdade da vida. Por acreditar que a religião cerceia a autonomia do homem e poda sua liberdade, defende que a crença em Deus deve desaparecer para que o homem se aventure em sua própria liberdade de buscar e conhecer, sem se submeter à religião e seus dogmas e crenças. Dessa forma, proclama a morte de Deus, e defende a ideia de um homem totalmente autônomo, um super-homem, senhor de si mesmo, independente de vínculos e coerções impostas pela moral e pela religião. De acordo com o pensamento de Nietzsche, a religião é, não somente uma invenção do homem, como principalmente uma invenção dos homens fracos que procuram se defender da dominação dos homens fortes (super-homens). Pois, de acordo com os preceitos religiosos, somente os homens fracos, pobres e humildes são bons e têm salvação prometida, enquanto que os homens poderosos são sempre perversos, o que faz com que os homens fracos se escondam na religião – que os legitima -, enquanto que os super-homens se afirmam sobre os outros e, com isso, triunfam.
A ideia do super-homem é, portanto, a superação do homem comum e a criação do homem superior. Quanto às características do super-homem, entende-se: é um homem materialista e terreno, com afirmação da vida corporal e terrestre, não acreditando em quaisquer esperanças supraterrenas, já que “o homem é