Nietzsche Modernidade

3040 palavras 13 páginas
TEMPO

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Sem dúvida, o momento em curso é crucial. Entretanto, o que talvez deva ser acentuado é que, hoje, está havendo uma radicalização tão intensa das características atribuídas ao tempo, ao indivíduo e à vida social, desde o início dos tempos modernos, que parece alterar sua qualidade. Em conseqüência, diferentemente do que, no passado, era anunciado como condição generalizável, o processo de individualização/individuação está agora restrito àqueles(as) poucos(as) capazes de sucesso na criação de suas personalidades e de atribuição de significado e dignidade às suas vidas.
Diante das questões suscitadas pelas considerações acima, à guisa de conclusão, emprego palavras utilizadas num outro contexto: “No centro (...)
[da profunda transformação da vida social contemporânea, de seus valores e significados, e do tempo no qual operam] não está um novo tipo de sociedade, mas um novo tipo de indivíduo, que não cultiva nem a nostalgia de um passado dourado, nem a esperança por um futuro redentor, mas que, possuindo uma ‘inflexibilidade treinada para enxergar as realidades da vida’, está apto para responder ‘às demandas do dia.” (22).
Maria Helena Oliva-Augusto é docente e pesquisadora do Departamento de Sociologia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (USP).

Notas e referências
1 Sue, R. Temps et Ordre Social. Paris: P.U.F., 1994.
2 Offe, C.“Trabalho, a categoria-chave da Sociologia?”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais/RBCS, n.º 10, vol. 4 (:5-20), Rio de Janeiro: ANPOCS, junho de 1989. Publicado, em inglês, em Disorganized Capitalism: contemporary transformations of works and politics.
Oxford: Basil Blackwell, 1986.
3 Sue, R. Temps et Ordre Social. Paris: P.U.F., 1994, p. 298.
4 Luhmann, N. The Differentiation of Society. New York: Columbia University Press, 1982,
p. 276.
5 Adam, B. Time & Social Theory. Cambridge: Polity Press, 1994, p. 23.
6 Heller, A. O Homem do Renascimento. Lisboa: Editorial Presença, 1982.
7 Novotny, H. Le temps à

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