Neutralidade Científica

Neutralidade científica à base de Weber e Darhendorf
Ademir Santos da Silva: Graduando em Direito Diurno (1º Período)
Universidade Federal de Alagoas

O conceito de Neutralidade científica implica numa busca da ciência livre das intervenções de valores pessoais, sem preconcepções ou preconceitos do sujeito que a opera. Muitos acreditam não ser possível a construção de um saber científico sem a neutralidade axiológica, que a objetividade é puramente idealística, a utopia das ciências. Tradicionalmente estes conceitos se atrelam a dois autores clássicos, Weber que defende este posicionamento neutro do cientista, e o segundo Darhendorf que prediz sempre ocorre uma quebra desta objetividade, e que os valores pessoais inerentes ao cientista influenciam seu pensamento.
Segundo a análise de Demo (1985) concernente à visão sociológica de Weber, a realidade não pode ser imposta, deve seguir seu caminho naturalmente, não cabendo ao cientista formular normas ou padronizações param serem seguidas. Não tendo a sociologia o dever de ensinar ou apontar o que se deve fazer e sim o que se pode fazer em determinadas condições. Os cientistas tem que fazer ciência sem a mistura dos discursos pessoais na defesa de uma ideologia, não devendo se inteirar dos fins, mas dos meios de se alcançar o conhecimento. O mesmo autor citado contrabalança a discussão expondo o pensamento de Dahendorf que absorve de forma inversa a questão da axiologia no contexto das ciências, tendo o pesquisador durante o desenvolvimento de sua atividade científica uma interação direta com seu próprio juízo de valores: quer seja na escolha da temática a se discutir, onde se inclui percepções pessoais acerca da realidade que o cerca; a forma de abordagem deste tema, como se fará a construção de seu contexto; o uso dos próprios valores como objeto relativo à pesquisa; a desfiguração ideológica, que é a falta de distanciamento entre seus valores e os argumentos científicos; a relação da aplicação prática