Narcotr fico no Brasil

Para entender a vinda do comércio de drogas para o Brasil, é necessário entender também a crise mundial que aconteceu a partir de 1967 e o modelo recessivo que se segue até 1982, com o aumento da inflação e o desemprego. A crise e seus efeitos geram uma reestruturação da economia mundial. A rentável cocaína passa a contar com um sistema de divisão de trabalho. Algumas regiões da América Latina se especializam na produção de folhas, outras na fabricação da pasta e refino, outras na comercialização. O Brasil se especializa na comercialização.

Por ter proporções continentais, fiscalizar o narcotráfico no Brasil não é nem um pouco fácil. Afinal, este é um país que faz fronteira com dez países, três dos quais são produtores de cocaína (Bolívia, Peru e Colômbia), e um, o Paraguai, que produz maconha e cocaína em menor quantidade. O Brasil tem uma fronteira seca de 16.400 km e uma costa marítima de 7000 km, portos e aeroportos com uma logística enorme para transportar cargas e pessoas para o mundo todo, o maior centro financeiro da América Latina e uma população com mais de 180 milhões de pessoas. Além disso, o Brasil tem um grande mercado consumidor (atualmente é o segundo maior do mundo) e cerca de 10% do dinheiro arrecadado pelo narcotráfico fica em terras brasileiras. O Brasil possui uma indústria química enorme o que facilita a montagem de uma empresa de comercialização de diversos produtos químicos sem a menor fiscalização. Isto foi um fator decisivo para atrair a atenção dos narcotraficantes para fazer do Brasil um lugar de processamento e exportação da droga.

As drogas são distribuídas para os mercados consumidores das mais diferentes formas. O tráfico é realizado através de aviões, caminhões, carros, ônibus, barcos, entre outros. O envio de grandes quantidades de drogas é normalmente realizado por meio de contêineres, misturados com fumo, soja e arroz. A cocaína e a heroína colombianas que tem como destino a Europa passam pelo Brasil. Apenas o porto de Santos