Nadando contra a corrente: Um olhar sobre a participação de Psicólogos na inquirição de crianças
Um olhar sobre a participação de
Psicólogos na inquirição de crianças
Um olhar mais atento sobre a participação do psicólogo na inquirição de crianças é o que propõe o estudo de Berenice M. Paulo.
Analisando as circunstancias em que a criança/adolescente se encontra no momento do seu depoimento, a exposição da violência sofrida diante de pessoas desconhecidas e repetida para diversos profissionais, muitas vezes sem habilidade e sensibilidade para tratar de um assunto tão delicado, acabam por causarem dano para a vítima.
Diante de tal situação, o juiz Dr. José Antônio Daltoé César preocupado com o cuidado que se deve ter no momento da inquirição da criança ou adolescente vítima de abuso sexual, desenvolveu um projeto denominado “Depoimento sem dano”, pelo qual, buscou modificar a maneira tradicional de se inquirir crianças/adolescente durante todo o processo judicial. A proposta visa proporcionar um ambiente seguro, confiável, preparado com instalações apropriadas para crianças, com profissionais habilitados para acolher e ouvir a vítima, sendo este o único interlocutor e preferencialmente um psicólogo ou assistente social. Este fica conectado por meio de ponto eletrônico ao juiz, que permanece em sala de audiência acompanhado por todos os que compõe uma audiência, estes visualizam tudo ao vivo por meio de câmeras instaladas na sala.
O interlocutor além de colher fatos e extrair verdades, lhe cabe a função de proteger e cuidar da criança/adolescente. Tento autonomia para fazer ou não perguntas que julgue inadequadas.
O projeto é criticado por muitos psicólogos, que representados por seu conselho se manifestou contra a proposta, nos remetendo há vários questionamentos que merecem reflexão.
A questão se dá pelo fato de como o psicólogo poderia participar de algo que é alheio a sua prática habitual. Outro argumento é quanto a necessidade de a criança/adolescente vítima de violência de abuso sexual ser ouvida, devido